Cirurgia do Ombro

A cirurgia de ombro é uma subespecialidade da ortopedia. Ele trata uma grande variedade de lesões que envolvem a região do ombro, como tendinites, bursites, luxações e fraturas. Essas lesões podem ser decorrentes de traumas, como acidentes e quedas, ou degenerativas, como o desgaste por esforço repetitivo ou envelhecimento.
Abaixo listo algumas informações relevantes sobre algumas das doenças que mais frequentemente acometem a região do ombro.
Doenças do Manguito Rotador: Tendinite, bursite e Rupturas
São doenças que ocorrem nos tendões e músculos do manguito rotador, que ajudam a estabilizar e realizar movimentos do ombro.
Isso pode ser causado por uma tendinite, que é a inflamação dos tendões e que cursa muitas vezes com uma bursite, que é a inflamação da Bursa. As rupturas dos tendões que podem ser totais ou parciais.
Os principais sintomas são: dor local, dificuldade de movimentação e perda de função e força no ombro, para realização de atividades do dia a dia, como pentear o cabelo, escovar os dentes…
Os pacientes são, em geral, pessoas acima de 40 anos.
O tratamento inicial é em geral conservador, com medidas como aplicação de gelo no local, anti-inflamatórios, repouso relativo e outras medidas, que podem ser necessárias para aliviar a dor. A reabilitação fisioterapêutica, para fortalecer e estabilizar o ombro e toda região periescapular é um importante pilar do tratamento.
Casos traumáticos ou os que não respondem bem ao tratamento conservador devem ser alvos de avaliação especializada de um possível tratamento cirúrgico.

Luxação e Instabilidade do Ombro
A luxação no ombro é quando ocorre o deslocamento do úmero (osso do braço) em relação à glenoide escapular. É uma das mais frequentes luxações.
A instabilidade pode ser secundaria a um trauma, microtraumas ou até mesmo sem história de trauma associado. Os dois tipos de luxação mais comuns são a anterior e a posterior.
Os principais sintomas da luxação anterior são: cabeça umeral palpável anteriormente, uma sensação de vazio abaixo do acrômio aonde deveria estar a cabeça do úmero (também chamado de sinal da dragona).
Os sintomas da instabilidade posterior são mais discretos, apresentando poucas deformidades aparentes, limitação da rotação externa, elevação do membro e atrofia em casos crônicos.
Ele afeta principalmente os homens, e entre eles os atletas.
O tratamento inicial é analgesia, redução da luxação (manobra para recolocação da articulação na sua posição normal), pelo ortopedista, seguido de um período de uso da tipoia.
O tratamento cirúrgico, em geral fica reservado para casos de luxação redicivante, refratárias ao tratamento conservador. No entanto, a análise de fatores como, extensão das lesões ligamentares e ósseas, idade e atividades esportiva e laboral do paciente são de fundamental importância, para tomada de decisão.
Ruptura do Tendão do Tríceps
É quando ocorre o rompimento do tendão do tríceps. Geralmente ocorre de forma aguda durante exercícios de trícipes, como tríceps testa.
Os principais sintomas são: dor no local, inchaço, dificuldade de movimentação e déficit funcional na extensão do cotovelo
Os pacientes em geral, são adultos e homens.
Em geral, o tratamento cirúrgico é indicado para as rupturas completas do tríceps e para as lesões parciais maiores que 50% em pacientes ativos com demanda alta. As lesões parciais menores que 50% que não tenham respondido ao tratamento não cirúrgico também podem necessitar de cirurgia.

Lesão SLAP
A lesão SLAP (sigla em inglês para: Superior Labrum Anterior to Posterior) representa uma lesão na parte superior do labrum, na inserção do tendão cabo longo do bícipes. O labrum é um anel de cartilagem de formato oval que envolve toda a borda da cavidade glenoidal e ajuda na estabilização do ombro.
Ela é causada por traumas ou atividades com movimentos de rotação do braço acima da cabeça.
Os principais sintomas são: dores para realizar o movimento, estalos ou sensação de travamento e perda de força no ombro, que culminam em perda de performance do atleta.
Os casos ocorrem principalmente entre atletas esportivos como: arremessadores, jogadores de voleibol, beisebol e nadadores.
Geralmente inicia-se um tratamento conservador, com repouso e anti-inflamatórios, reabilitação na fisioterapia, correção da técnica esportiva. Caso não haja uma evolução esperada é necessário a cirurgia que podem ser de dois tipos: o reparo labral ou tenodese do bíceps.
Tendinite Calcárea
É um tipo de tendinite onde há calcificação no tendão. Não tem relação com acidentes ou trauma prévio.
Não se sabe ao certo o porquê ocorre essa calcificação, mas sabe-se que pode haver uma tendinite prévia associada a uma redução da vascularização do tendão.
Normalmente ocorre em pessoas acima de 40 anos, e a maioria são mulheres.
A principal característica é a dor intensa no ombro, sem causa aparente.
Os tratamentos podem ser inicialmente com uso de analgésico e anti-inflamatórios, ou até infiltrações na região do ombro. Pode-se também ser feita a barbotagem, uma espécie de lavagem interna do local calcificado através de uma punção. Em casos mais complexos, pode ser feita a cirurgia, visando a remoção da calcificação através da artroscopia.
Capsulite Adesiva
Também muitas vezes chamada de “ombro congelado”, é uma doença que apresenta uma redução progressiva do movimento do ombro e dor.
Pode estar relaciona a traumas no ombro, imobilização do ombro, mas pode ser idiopática, ou seja, sem causa conhecida.
É muito comum os pacientes apresentarem comorbidades, como diabetes, distúrbios da tireoide ou doenças cardiovasculares.
Os principais sintomas são: o aumento progressivo da dor no local, juntamente com a perda do movimento. As dores costumam ser maiores durante a noite, e vão se agravando ao longo dos dias se não tratado.
Os pacientes são, na maioria dos casos, mulheres acima de 40 anos.
O tratamento pode ser feito através de analgésicos na fase aguda da doença, seguido de fisioterapia. Pode ser feito o bloqueio do nervo supraescapular, o que geralmente alivia grande parte da dor. Há ainda a hidrodilatação como opção não cirúrgica, mas caso seja muito grave, é necessário cirurgia.
Artrose no ombro
A artrose da articulação gleno-umeral é por perda progressiva da cartilagem entre o úmero e a escápula (antigamente chamada de omoplata) causando sintomas como dor, perda de movimento normal do ombro, creptações.
Ela pode estar relacionada com fatores genéticos, atividades com excesso de movimentos repetitivos de alto impacto sobre a região, tabagismo, fraturas, etilismo,
Os principais sintomas são: dor, rigidez, perda progressiva do movimento e a sensação de “areia” na articulação.
Os casos incidem, majoritariamente, em pessoas com mais de 40 anos. Pode ocorrer em uma pessoa jovem, mas é muito incomum.
O tratamento inicial, normalmente é conservador e é feito com o uso de analgésicos para alívio da dor recomendados pelo ortopedista, além de fisioterapia para o fortalecimento da região. Porém, em casos mais graves é necessária uma intervenção cirúrgica, como próteses de ombro;
Luxação Acrômio-Clavicular
Ela é caracterizada pelo deslocamento da clavícula em relação ao acrômio.
Uma das principais causa é através de uma queda sobre o ombro, seja em atividades esportivas ou do dia-a-dia.
Os principais sintomas são: dores locais, edema na região lateral da clavícula, deformidade na região lateral do ombro e dificuldades para levantar o ombro.
Os pacientes mais comuns são atletas e os homens tem cinco vezes mais chance de ter a doença do que as mulheres.
O tratamento depende do caso, tendo em vista que são seis 6 tipos de lesões.
Para os casos tipo I e II o tratamento ideal é o uso da tipóia algumas semanas, uso de antinflamatórios e analgésicos e reabilitação.
No tipo III pode ser recomendado a cirurgia ou um tratamento conservador.
Os demais casos, IV, V e VI normalmente são indicados o tratamento cirúrgico, com variação apenas do tipo de técnica cirúrgica aplicada.
Fratura de Clavícula
É a fratura do osso que liga o esterno ao ombro.
É causado geralmente após uma queda sobre um braço estendido ou por um impacto direto no local. Os pedaços de osso quebrado podem se manter no lugar (o que é chamado fratura não deslocada) ou sair do lugar (fratura deslocada).
Os principais sintomas são: dores fortes e inchaço na região da clavícula, crepitação e deformidade local.
É comum acontecer entre os atletas, motociclistas e crianças.
O tratamento difere pelo tipo da fratura.

Fratura do Úmero Proximal
É uma fratura no osso úmero que ocorre na porção mais proximal do osso, no ombro.
Na população idosa essa lesão é majoritariamente causada por quedas e outros traumas que possam a vir a ocorrer sobre a região.
Os principais sintomas são dores fortes e inchaço local.
Os casos aumentam conforme a idade, sendo a maior acima dos 60 anos.
Para o tratamento, como a maioria das fraturas do úmero proximal não são deslocadas, elas podem ser tratadas de forma conservadora, com analgésicos, repouso e imobilização do local. Em casos mais graves é necessária uma intervenção cirúrgica.

Dr Airthon Correia
CRM SP 178868 RQE 80268 TEOT 16584
"Uma vida saudável deve ser pensada a longo prazo, e não somente tendo em vista as dores do presente"
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